Curso de segurança e sobrevivência no mar.

Com a data de 24 de Julho a aproximar-se muito rapidamente, os preparativos para a viagem ao Mar de Alboran, no Mediterrâneo Ocidental, aceleram-se.
No passado dia 20 de Junho teve lugar durante todo dia, na Base Naval do Alfeite, um Curso de Segurança e Salvamento no Mar, ministrado graciosamente pela Marinha de Guerra Portuguesa, a cargo da equipa do Capitão-Tenente Eng. Mota Duarte, do Departamento de Limitação de Avarias.
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O curso foi, para além do mais, uma oportunidade única para todos quantos tiveram a oportunidade de estarem presentes nesta acção de formação, 19 pessoas no total, entre os quais 4 associados da APM10, de contactarem intimamente com a realidade do dia-a-dia deste ramo das forças armadas.
Depois de breves palavras de boas-vindas e de saudação pelo Capitão-Tenente Mota Duarte, o curso teve pontualmente inicio pelas 9H00 da manhã, com uma aula sobre Teoria de Segurança e Sobrevivência no Mar, ministrado pelo 1º Sargento Alves, cuja palestra começou com uma frase de forte impacto,... mas que resumiu todo o espírito subjacente ao curso "Somos todos candidatos a náufragos". Salvo seja…
Durante o período da manhã, os presente tiveram oportunidades de tomarem contacto exaustivo com a operação teórica de equipamentos que esperam nunca ter de vir a necessitar, desde os coletes, manuais e automáticos, aos fatos de segurança e flutuação, até às balsas de salvação, e todo o vasto leque de acessórios que integram este tipo de equipamento, bem como as formas mais correctas e seguras de os operar.
Entre as 11H30 e as 12H30 teve lugar a convite da Marinha de Guerra Portuguesa um almoço na messe de sargentos na Base do Alfeite, em convívio com todos quantos diariamente ali trabalham, após o que houve oportunidade para deambular por esta importante base naval, onde trabalham milhares de pessoas, entre pessoal militar e civil, como foi possível constatar.
A Base Naval do Alfeite impressiona não só pela sua dimensão, abrangendo toda uma larga área que se espraia desde Almada até ao Seixal, como pelo vastíssimo leque de valências da Marinha de Guerra Portuguesa, como sejam a Escola Naval, aos estaleiros de reparação e manutenção de todas as unidades navais presentemente em operação, desde o Navio-Escola Sagres até às Fragatas Meko, e aos diferentes departamentos de preparação e à operação das embarcação, bem como ao apoio ao pessoal, militar e civil, ao serviço da Marinha de Guerra.
A vista que se tem para o Terreiro do Paço, o Barreiro e o Seixal e a Ponte Vasco da Gama, verdadeiramente deslumbrante, tocou todos os presentes. É de facto difícil a quem navega pelos canais do Barreiro e Seixal avaliar quão espectacular é a vista da Base Naval do Alfeite sobre o Mar da Palha.
Às 13H45 os presente foram deslocados de autocarro para o Centro de Educação Física da Armada, onde na respectiva piscina de água aquecida tiveram oportunidade de pôr em prática os ensinamento recebidos durante toda a manhã.
Durante cerca de 1 hora e meia os presentes executaram saltos para a água de uma prancha colocada a cerca de 3 metros da água, que inibiu os menos afoitos, com colete vestido, onde se procurou simular as condições correctas de saída de uma embarcação a afundar-se.
Daí os náufragos passaram à simulação da abertura da balsas de salvamento com capacidade para 21 náufragos, à viragem da balsa com todos dentro de água, bem como à subida para bordo. Esta fase, como está bem de ver, foi particularmente hilariante e permitiu momentos de franca gargalhada.
Os náufragos tiveram ainda oportunidade para simular a recuperação de um "camarada" em dificuldades no mar para dentro balsa de salvamento, sempre sob a constante orientação do 1º Sargento Alves e do seu adjunto.
Terminada esta fase, e depois de um banho retemperador, mas sempre em passo acelerado, os presentes foram conduzidos de novo à sala de aula para uma aula de Teoria de Pirotécnicos, sob a orientação do 1º Sargento Serrano.
Aí os presente no curso tiveram oportunidade de tomar contacto com equipamentos sinalização de náufragos no mar, desde diversos tipos de "very lights " até às granadas de fumo, após o que se seguiu no pátio fronteiro a uma demonstração prática da forma de operar estes potentes e perigosos equipamentos, mas indispensáveis para sinalizar marinheiros e velejadores em dificuldades no mar.
A sessão terminou cerca de 17H30 com o preenchimento e comentário aos Opinogramas (como eu gosto desta palavra) por parte do Capitão-Tenente Eng. André Fernandes Gil, em substituição do Capitão-Tenente Duarte, responsável deste Departamento da Marinha.
Foi certamente um dia muito proveitoso e bem passado na companhia dos elementos da Armada, que tudo fizeram para nos transmitir conhecimentos de capital importância para a nossa segurança no mar.