Descubra a Vela de Cruzeiro

Aprenda uma das técnicas em que os Portugueses mais se distinguiram até hoje: Velejar. Desenvolva as suas capacidades técnicas, de relacionamento em Equipas e formação pessoal. Divirta-se em contacto com a Natureza e em convívio. A aprendizagem de navegação é efectuada numa base prática e simples. A Vela de competição não é o objectivo principal da Meridiano10; porém a participação em regatas é uma das melhores formas de avaliar a performance das equipas e de estimular a adrenalina. O contacto com a natureza é obviamente uma constante sendo frequente o encontro com golfinhos.

Aprenda e pratique

O conceito de Vela de Cruzeiro na Meridiano10 é: aprender praticando, todo o ano, sem limites de dias, sem formalidades de cursos. Muita liberdade. Todos os Associados Meridiano10 praticam vela quando podem e querem, em conjunto com outros associados ou com os seus amigos e familiares. A forma de aprendizagem é essencialmente prática. Os conhecimentos são transmitidos de associados experientes para associados menos experientes. A aprendizagem é efectuada de uma forma suave e à medida das possibilidades de cada associado.

Quem somos

A Associação Portuguesa Meridiano 10 nasceu de um grupo de praticantes dos cursos de vela para adultos que o Clube Desportivo de Paço de Arcos. Apoiando uma ideia que o então responsável dos cursos de vela para adultos, Alberto Afonso, vinha desenvolvendo há algum tempo, esse grupo fez a aquisição de um veleiro de 41 ' o WILMA.

A Meridiano10 constitui uma forma acessível de praticar Vela. Pensamos que esta é melhor forma de promover a Vela: dando acesso á formação e prática desta maravilhosa modalidade desportiva e actividade de lazer.

Como fonte de financiamento a Meridiano10 conta com as quotas anuais dos associados e com patrocínios de empresas e entidades. A Meridiano10 conta com 10 associados fundadores e cerca de 10 associados periódicos que partilham o espírito e objectivos da Associação: Venha aprender e praticar Vela de Cruzeiro, todo o ano quando puder.

Contactos


Porto de Recreio de Oeiras, Portugal

meridiano10@meridiano10.org

Eduardo Gonçalves: 917 505 205
Tiago Lousada: 933 803 593
Manuel Meneses: 933 011 224

Veleiro Wilma
















“Wilma” é uma das mais conhecidas silhuetas que sulcam as nossas águas. Todos quantos navegam no Estuário do Tejo, aos fins-de-semana e ao longo das nossas costas no Verão, a reconhecem quando aparece recortada no horizonte.

As suas enormes velas enfunadas são inconfundíveis e concedem-lhe uma beleza majestosa que o seu andamento lento e seguro mais acentua. Um tal estatuto confere a esta bela embarcação a dignidade de verdadeiro clássico da navegação à vela no nosso país, que tanto a sua história como o tempo têm contribuído para cimentar.

O “Wilma” foi projectado e construído nos estaleiros Amel, famoso construtor naval francês sediado em La Rochelle, cidade que é ao mesmo tempo sinónimo de tradição na construção naval, de high-tech na navegação de recreio e oceânica, de grandes eventos náuticos e de grandes nomes da navegação oceânica dos nossos dias.

Não é por isso de estranhar que o nome Amel esteja para a náutica de recreio como a Rolls-Royce está para os automóveis, o que faz deste "chantier" uma combinação perfeita entre tradição e modernidade, saber da experiência feito com inovação e tecnologia náutica de ponta. Destes estaleiros foram lançados ao mar algumas das mais belas embarcações à vela que o mundo tem conhecido. O “Wilma” pertence a essa rara estirpe de embarcações que combinam a elegância, o estilo, a velocidade, a segurança, o conforto, a qualidade de construção e a atenção ao detalhe, atributos a que os anos acrescentam uma patine e uma classe muito próprias. Não há dúvida que este belo veleiro é um clássico por direito próprio. F

alar do “WILMA” é também falar do Engenheiro Luís Guimarães Lobato, o seu proprietário de 1981 a 1998, e da sua acção em prol do desenvolvimento da vela nacional. Em 1981 adquiriu o “Wilma”, que viria a ser o seu último barco, para ocupar o lugar do famoso Jolie Brise de tão boas recordações. Nele vai até ao Mediterrâneo, faz as suas férias e inicia o neto Francisco Lobato na arte de marear. Em 1998, então com 84 anos, considera que já não tem condições para continuar a navegar. Com mágoa vende o seu barco a um grupo de velejadores de Paço de Arcos. Como consolação desabafa: “Estou satisfeito por saber que continuará a ser estimado”.

Navegar num clássico

Lançado à água em 1977 nos estaleiros da Amel, o “Wilma” é um belo ketch de 41 pés (12,35 metros) com dois mastros. O mais pequeno, o da mezena, está situado à ré da roda do leme, conferindo-lhe particular estabilidade em situações de ventos fortes, aumentando desta forma a segurança e o conforto de todos quantos nele navegam, sem por isso comprometer a velocidade. Torna-se assim uma embarcação particularmente apropriada à navegação nas nossas águas.

Com uma boca de 3,30 metros, tem uma superfície vélica de 166 m2 repartida entre a genoa com 31 m2, a vela grande com 24m2 e a catita, ou mezena, com 11m2. A este total pode ainda acrescentar-se, para maior potência e velocidade, uma cozinheira com 15 m2, a ser içada entre a grande e a genoa. No seu guarda-roupa – o velame – o “Wilma” conta ainda com um spi assimétrico de 85m2, para navegações à popa e uma segunda genoa de grandes dimensões, 45m2, para ventos fracos.

A sua construção é inteiramente em poliester estratificado, revestido a fibra de vidro de alta qualidade, numa só peça, o que se traduz numa particular robustez para a navegação em mar aberto, tanto costeira como oceânica. Tem um patilhão com duas toneladas e meia e um peso total de sete toneladas. A altura livre do mastro grande é de 11,50 metros enquanto que o mastro da catita mede 8,50 metros. A construção dos dois é em liga leve de alumínio, com as ferragens em aço inoxidável.

Com um calado de 1,65 metros, o “Wilma” tanto pode navegar em aberto, como em rio. Esta circunstância permite-lhe, por exemplo, subir o Tejo até Valada sem qualquer tipo de problema, o que tem acontecido amiúde com os seus actuais proprietários.

Embora seja uma embarcação para navegação predominantemente à vela, o “Wilma” está também equipado com um potente motor Volvo Penta de 55 CV, o que possibilita uma velocidade de cruzeiro de seis nós, às 2.000 rotações. Esta motorização permite que a embarcação cumpra, com facilidade, os horários pré-estabelecidos, conferindo- lhe uma capacidade de operação muito apreciável, o que nem sempre se verifica nas embarcações à vela. Para além das características de navegação fluvial e costeira, o “Wilma” está ainda dotado de capacidade de navegação oceânica, não só em face do formato e robustez do casco, como também da quantidade (e diversidade) do equipamento de bordo, mormente de navegação e da autonomia que lhe é conferida pelos 250 litros de gasóleo, distribuídos por dois depósitos, que permitem navegar cerca de 350 milhas, a uma velocidade de cruzeiro de sete nós. O depósito de água doce também é generoso, com 470 litros. Embora a sua data de construção reporte a 1977, o “Wilma” está equipado com uma vasta panóplia de equipamentos de segurança e de navegação modernos, entre os quais um radar, sistema de GPS, o piloto automático e o navetex, que lhe permitem aventuras por mares menos conhecidos em segurança.

O “Wilma” está licenciado para acomodar até dez pessoas em navegação local, podendo receber facilmente entre seis a oito pessoas em navegação costeira, ou mesmo oceânica, distribuídas por três camarotes: um à proa, outro à popa, e o terceiro a meia-nau. O camarote de popa é completamente independente dos demais e está dotado de casa- de-banho e lavatório. Para além deste, existe uma casa-de-banho completa, dotada de chuveiro, que é contígua aos camarotes da proa e da meia-nau. Posto isto, navegar no “Wilma” só pode ser um prazer para os sentidos e um deleite para os olhos. A um largo, a navegação atinge a sua máxima expressão. Com a nortada de verão, característica na nossa costa, cujos ventos estão muitas vezes na casa dos 20-25 nós, o “Wilma” inebria e contagia qualquer um: velejadas na casa dos 7,5-8,5 nós não são invulgares, o que transforma qualquer vulgar passeio numa experiência única, ao nível do que os mais modernos veleiros são capazes, sem que a embarcação acuse o peso do esforço e os anos. É nestes momentos que a qualidade de construção de uma qualquer embarcação à vela se evidencia. Ser um clássico é também isto: não se vergar ao peso dos anos.

FICHA TÉCNICA:
Comprimento: 12,35 m
Boca: 3,30 m
Comprimento fora a fora: 9,70 m
Largura fora a fora: 2,88 m
Calado: 1,65 m
Peso total: 7t
Peso do patilhão: 2,5 t
Pontal: 2,03 m
Altura livre do mastro grande: 11,50 m
Altura livre do mastro da mezena: 8,50 m
Motor: Volvo-Penta D2-55 (2008)

Equipamentos de navegação no cockpit:
Piloto Automático Raymarine gama 7000
4 "meters" Raymarine (Speed, VMG, Wind, Depth).
Equipamentos na mesa das cartas:
VHF Raymarine com sinal de GPS
Chartplotter Seiwa com entrada de  GPS 12 canais dedicado
Receptor de AIS e ligado ao computador do piloto automático
2 "meters" Raymarine (MULTI e GPS)
Navtex
Radar Raymarine